Nascido em 29 de março de 1947, em Itajaí, Santa Catarina, Gil era filho de José Adil de Lima e Teodora de Lima. Seu pai, José Adil, era membro do Partido Comunista Brasileiro, no qual ingressou em 1946, foi presidente do Sindicato dos Estivadores de Itajaí, participou do Movimento Negro de Itajaí.
Gil Bráz de Lima, ex-estudante de Engenharia Mecânica foi preso em 11 de fevereiro de 1969 dentro da Universidade Federal de Santa Catarina, enquanto distribuía panfletos para turmas de calouros na Faculdade de Direito. Foi torturado e perseguido nos anos seguintes e tornou-se um dos casos analisados com mais atenção, pois recebeu uma pena muito maior que a de seus colegas. Passou os anos seguintes sofrendo sucessivas perdas de emprego, mudando-se de cidade, passando por novas prisões e até um sequestro na saída para o trabalho, no qual ficou desaparecido por mais de seis semanas.
Depoimento de Maria Bernadete de Lima, Viúva de Gil:
(...) aí no começo de 69 ele foi fazer uma panfletagem na Faculdade de Direito, ele e o Roberto Cascaes, que era filho de um juiz aqui de Florianópolis, muito conhecido por sinal. Daí ele e Roberto Cascaes foram fazer essa panfletagem, pedindo algumas melhorias na Faculdade, só que como estava em cima do AI-5 eles foram presos. Teve muitos que estavam juntos também mas fugiram, e só eles dois foram presos. Aí ficaram aqui na delegacia de Biguaçu, uns 15 ou 20 dias sofrendo tortura. (...)
Gil Bráz de Lima foi um dos poucos, ou o único, estudante negro a fazer parte do movimento estudantil a partir da metade da década de 1960.
Depoimento de Maria: